“Enquanto o culpado for o outro, não vamos resolver o problema da corrupção no Brasil”. A afirmação é do Presidente Paulo Brincas, que abriu nesta quarta-feira (20) o evento “Há Luz no fim do Túnel”, coordenado pelo Instituto dos Advogados de Santa Catarina (IASC) e que discutiu formas alternativas para a crise. Brincas falou de sua preocupação com os debates sobre corrupção, que pecam por serem discursos de exclusão, “que bradam contra o que estamos vendo, sem levar em conta que este é um problema de todos, que surgiu desde o início da nação, que brota dos pequenos deslizes e que, em algumas esferas, chegam a custar R$ 50 milhões. A solução inicia em cada um olhar para si mesmo, e examinar o que pode fazer de melhor. Só vamos superar esta crise juntos, a partir do conhecimento que a corrupção é problema de todos”, acrescentou.
O evento contou ainda com a presença de Rogério Chequer, presidente do Movimento Vem Pra Rua, de São Paulo, que contou a experiência na mobilização das pessoas para reivindicação de direitos. “O Brasil já tem diagnóstico, precisamos de soluções e engajamento”, disse. Na sequência, o Professor Doutor Carlos Alberto Antunes Maciel abordou os princípios filosóficos da questão. Maciel comparou a atual situação de crise de representação, que em sua opinião não acontece apenas no Brasil, mas também em outros países da Europa e América, como um túnel escuro que precisa de luminárias. “E esta luz precisa ser a razão”, disse. Para o presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, Hélio Gomes Coelho Júnior, a atual situação, no Brasil, “é um divórcio litigioso do Estado com a sociedade e que, na divisão dos bens, o Estado se apoderou e só beneficia as corporações, enquanto a sociedade fica desassistida. E ainda não há quem faça a interlocução. Precisamos sair da crise sem alterar a Constituição e só há uma saída: o voto”.
Ricardo José da Rosa, ex-presidente do IASC e coordenador do evento, falou que o objetivo da discussão foi encontrar alternativas para a crise e que as apresentações elucidaram algumas questões. “Não foi um evento de protesto, mas para combater a desesperança daqueles que dizem que não há mais jeito”. O IASC vai elaborar um documento com todas as considerações discutidas. Também participaram do evento, que lotou o plenário da OAB/SC, o presidente do IASC, Gilberto Lopes Teixeira, o advogado Ruy Samuel Espíndola e o filósofo e professor Gelásio Pitz entre outros.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC